por Percival Puggina
Artigo publicado em 15.01.2015
Zero Hora deste sábado publica artigo escrito por um jovem vestibulando. Em redação que lhe asseguraria boa nota no ENEM, ele discorre sobre a necessidade de se ter sonhos e lutar por eles. Afirma que os sonhos mais nobres são os de ajudar a sociedade ou, quem sabe, mudar o mundo. E exemplifica: “Mahatma Gandhi, Nelson Mandela, Martin Luther King Jr. e Ernesto Che Guevara são exemplos de homens que corajosamente desafiaram a opressão que lhes era imposta e ajudaram, cada um à sua maneira, a construir um mundo diferente: um lugar mais justo, igualitário, livre da tirania e feliz”.
Fiquei pensando: o que faz Che Guevara nessa lista? Quem terá apresentado o vampiro argentino a esse jovem como modelo de nobreza, idealismo e valores humanos? Muito provavelmente algum desses professores a serviço de uma ideologia sanguinária, homicida e tirânica que não se constrangem em mentir para conquistar corações e mentes… Em algum momento, esse jovem foi apresentado à versão comunista do Che. Os comunistas, sabemos todos, são péssimos construtores daquilo que propõem, jamais produziram uma democracia, um estadista, uma economia comunista que se sustentasse, mas são ótimos construtores de versões sobre o que fazem.
A versão sobre Che inclui frases a respeito de idealismo, um mundo melhor, ternura, solidariedade, disposição para sacrificar a própria vida. Mas esconde as que efetivamente revelam a dimensão ativa de seu caráter revolucionário. Relaciono algumas, a seguir. O leitor interessado as encontrará facilmente na rede, mas se quiser um infinidade de outras e de relatos sobre a brutal morbidez do argentino:
1. “Louco de fúria, mancharei de vermelho meu rifle estraçalhando qualquer inimigo que caia em minha mãos! Com a morte de meus inimigos preparo meu ser para a sagrada luta, e juntar-me-ei ao proletariado triunfante com um berro bestial!”
2. “O ódio cego contra o inimigo cria um impulso forte que quebra as fronteiras naturais das limitações humanas, transformando o soldado em uma eficaz máquina de matar, seletiva e fria. Um povo sem ódio não pode triunfar contra o adversário.”
3. “Para mandar homens para o pelotão de fuzilamento, não é necessário nenhuma prova judicial … Estes procedimentos são um detalhe arcaico burguês. Esta é uma revolução!”
4. “Um revolucionário deve se tornar uma fria máquina de matar motivado pelo puro ódio. Nós temos que criar a pedagogia do Paredão!” (O Paredão é uma referência para a parede onde os inimigos de Che eram mortos por seus pelotões de fuzilamento, e em alguns casos pessoalmente mortos pelo próprio Guevara).
5. “Eu não sou o Cristo ou um filantropo, velha senhora, eu sou totalmente o contrário de um Cristo … eu luto pelas coisas em que acredito, com todas as armas à minha disposição e tento deixar o outro homem morto, de modo que eu não seja pregado numa cruz ou qualquer outro lugar. “
6. “Se qualquer pessoa tem qualquer coisa boa para dizer sobre o governo anterior, para mim já é bom o suficiente matá-la.”
7. Che queria que o resultado da crise dos mísseis em Cuba fosse uma guerra atômica: “O que nós afirmamos é que devemos proceder ao longo do caminho da libertação, mesmo que isso custe milhões de vítimas atômicas”.
8. “Na verdade, se o próprio Cristo estivesse no meu caminho eu, como Nietzsche, não hesitaria em esmagá-lo como um verme.”
9. “É muito triste não ter amigos, mas é ainda mais triste não ter inimigos.”
Tradução: Emerson de Oliveira
Fonte: http://www.ihatethemedia.com/
Extraído do site de Percival Puggina