UM SONETO DE AMOR

 

SONETO

 

Amo-te quanto em largo, alto e profundo

Minh’alma alcança quando, transportada,

Sente, alongando os olhos deste mundo,

Os fins do Ser a Graça entressonhada.

Amo-te em cada dia, hora e segundo:

À luz do sol, na noite sossegada.

E é tão pura a paixão de que me inundo

Quanto o pudor dos que não pedem nada.

Amo-te com o doer das velhas penas;

Com sorrisos, com lágrimas de prece,

E a fé da minha infância, ingênua e forte.

Amo-te até nas coisas mais pequenas.

Por toda a vida. E, assim Deus o quisesse,

Ainda mais te amarei depois da morte.

(tradução de Manuel Bandeira) 

How Do I Love Thee? (Sonnet 43)

 

How do I love thee? Let me count the ways.

I love thee to the depth and breadth and height

My soul can reach, when feeling out of sight

For the ends of being and ideal grace.

I love thee to the level of every day’s

Most quiet need, by sun and candle-light.

I love thee freely, as men strive for right.

I love thee purely, as they turn from praise.

I love thee with the passion put to use

In my old griefs, and with my childhood’s faith.

I love thee with a love I seemed to lose

With my lost saints. I love thee with the breath,

Smiles, tears, of all my life; and, if God choose,

I shall but love thee better after death. 

 

 


Elizabeth Barret Browning (1806-1861) foi poetisa inglesa da era vitoriana. Casou-se com o poeta Robert Browning. Dos seus livros , o mais popular é Aurora Leigh. Seus Sonnets from the Portuguese são considerados as mais lindas poesias de amor em língua inglesa

 

Tags , , .Adicionar aos favoritos o Link permanente.

Deixe um comentário