Francesco Tortora (Corriere della sera, Nov/27/2009)
MILÃO – Vinte anos após a queda do Muro de Berlim, decidiram derrubar as estátuas de Lênin e Marx e seguir as democracias ocidentais. Recentemente, os políticos poloneses apresentaram uma emenda de alteração da Lei ordinária, proibindo quaisquer símbolos dos países comunistas do Leste Europeu.
O Senado aprovou uma alteração ao artigo 256 do Código Penal, que considera ilegais todos os símbolos comumistas. Qualquer pessoa que os use ou tenha a posse pode pegar até dois anos de prisão por ter cometido o crime de “apologia do comunismo”.
Na próxima segunda feira(30/11/09) o Presidente da República Leck Kaczynski sancionará a Lei, que provavelmente entrará em vigor a partir do próximo ano. Neste ponto, até mesmo usar camiseta com a imagem de Che Guevara, ou simplesmente cantar a Internacional nas ruas de Varsóvia será considerado um crime na Polônia.
ALTERAÇÃO – A nova lei proíbe expressamente todas as imagens que exaltem qualaquer sistema antidemocrático: proibe “a fabricação, distribuição, venda ou posse dos objetos que lembrem os símbolos do fascismo, do comunismo e outros totalitarismos.
Um dos principais promotores da Lei é Jaroslaw Kaczynski, irmão gêmeo do Presidente da República e líder do partido de oposição, “Lei e Justiça “. Segundo Kaczynski, esta lei é sagrada, porque o comunismo é um símbolo negativo dos anos ‘900, ‘Nenhuma imagem do comunismo tem o direito de existir na Polônia – disse à mídia local, o líder da oposição – A comunismo e seu sistema de genocídio deve ser comparado com o nazismo. “
Muitos historiadores poloneses compartilham a tese de Kaczynski: “O comunismo era um sistema terrível e assassino, causador da morte de milhões de pessoas”, disse o historiador Wojciech Roszkowski. “Não é errado comparar com o nazismo – enfatiza o estudioso polonês – e por isso os dois sistemas e os seus símbolos devem ser tratados da mesma maneira.”
PASSADO QUE ESTÁ PRESENTE – Embora os comunistas não tenham qualquer influência política na Polônia, parece que o passado ainda está no presente. Nas últimas semanas, a Polónia foi, o país que mais lutou contra a candidatura de Massimo D’Alema, para Ministro Chanceler da União Européia.
Tombinsky, Embaixador da Polónia na UE, definiu D’Alema, como “um problema”, devido a seu passado comunista e afirmou que, era mais adequado para ocupar a posição “uma pessoa cuja autoridade não pudesse ser contestada por causa da afiliação política no passado”.
Recentemente, o lançamento do filme do diretor Andrzej Wajda, que conta a história do massacre de Katyn, durante a Segunda Guerra Mundial (os soviéticos assassinaram mais de 20.000 soldados poloneses e civis) suscitou uma onda de ódio renovado contra os opressores russos.
LIBERDADE DE EXPRESSÃO – Conforme salientou o Times de Londres, o objetivo dos políticos poloneses é claro: “tornar invisível o comunismo.” O Ministro de Relações Exteriores, Radoslaw Sikorski, ressaltou que o Palácio da Cultura e da Ciência, o mais alto arranha-céus da Polónia, deve ser demolido, porque foi um presente de Stalin para os cidadãos de Varsóvia.
Não importa que, ao longo dos anos, se tenha tornado um dos símbolos da cidade: “Se demolido, a Polónia, também teria a imagem dos restos do comunismo, como a Alemanha tem os restos do Muro de Berlim. Até mesmo em termos ecológicos é uma construção muito poluente. “
A batalha contra o comunismo tem o apoio do público e da imprensa: “O ponto central é demonstrar que não há nada de romântico ou engraçado no comunismo”, disse um repórter polonês ao “The Times”. “O comunismo – continua o jornalista – não era um jogo. Nem a ideologia que aquecia o coração. O comunismo, deixava o coração doente, murcho e frio.”
http://www.corriere.it/esteri/09_novembre_27/polonia-simboli-comunisti-francesco-tortora_391878b8-db58-11de-abc5-00144f02aabc.shtml