Felipe G. Martins
Não há modo mais rápido de quebrar as defesas mentais de uma pessoa, ou de uma sociedade inteira, do que aquilo que psicólogos behavioristas chamavam de estimulação contraditória. Sabendo disso e não tendo qualquer escrúpulo que pudesse limitá-la, a esquerda sempre apostou nesse mecanismo para avançar sua agenda cultural e conquistar mentes e corações, mas, com o advento do pós-modernismo e com a elevação do relativismo ao status de verdade última, o discurso esquerdista abandonou qualquer traço de coerência e partiu para a esculhambação total. Considerem alguns exemplos:
— Por um lado, não existe verdade e tudo é relativo; por outro, o relativismo é uma verdade que não pode ser contestada.
— Por um lado, todas as culturas são iguais e não há expressão cultural superior ou inferior; por outro, a cultura ocidental é maléfica, tóxica e a fonte de tudo o que há de errado com o mundo.
— Por um lado, valores são subjetivos e não há verdades morais; por outro, os valores tradicionais cristãos representam tudo o que há de preconceituoso e devem ser rejeitados a todo custo.
— Por um lado, a tolerância e a diversidade são boas; por outro, conservadores e qualquer um que ouse discordar da esquerda não devem ser tolerados.
Como podem notar, há um padrão aqui: ao subjetivismo e ao relativismo se segue alguma forma de absolutismo dogmático. O resultado disso é que, de um lado, todos os alicerces tradicionais da civilização são corrompidos e, de outro, os valores da esquerda são fixados — de forma quase inconsciente — como valores incontestáveis, como premissas ocultas das quais qualquer pessoa deve partir em seu discurso público. Sem tomar consciência desse mecanismo e desmascará-lo, a civilização estará fadada à ruína e todos nós seremos sufocados numa atmosfera turva de confusão, impotência e obediência servil. Eis o inimigo contra o qual lutamos.
Fonte: http://www.puggina.org/artigo/outrosAutores/o-triunfo-da-confusao-mental/9194 data da publicação: 01 de novembro de 2016.