Dr. Grégor Puppinck
27/12/2012
LETÔNIA, 26 de outubro (C-FAM) Esculturas de bebês torcidos no piso atraíram as pessoas que passavam a pé. Perto de cada bebê, uma mensagem em letão, inglês e russo dizia a verdadeira história de um bebê abortado e a razão para a “escolha de sua mãe”.
Os 27 bebês simbolizam os abortos que ocorrem diariamente na Letônia, um país com um elevado nível de aborto e baixo índice demográfico.
Essa exibição criativa no pequeno pais báltico era parte de uma campanha pró-vida maior para reabrir o debate público sobre o aborto. Começando em agosto, a iniciativa culminou em 16 de outubro com uma conferência oficial no Parlamento Letão sobre a “Proteção do Direito à Vida”.
Um objetivo da campanha é introduzir o princípio de que “a criança é protegida desde o dia da concepção” na lei e tornar rotina uma consulta pré-aborto.
A campanha começou com o lançamento de um site e uma linha telefônica. Todo dia o número de apoiadores cresceu com famosos artistas, músicos, atores, jornalistas de TV, padres, políticos, esportistas e outros.
No início de setembro, a exibição de esculturas de bebês foi feita nas ruas mais importantes no centro da velha cidade de Riga.
Essa exibição de arte, que apanhou a atenção dos críticos de arte por sua qualidade, permaneceu na rua por várias semanas sem proteção especial. Os transeuntes, tocados por essas historias, colocaram velas e flores diante de cada escultura de bebê.
Em toda a capital de Riga, pôsteres apresentavam um feto no útero com declarações de pessoas famosas dizendo “OBRIGADO pela vida!” As empresas de anúncio concordaram em publicar os pôsteres gratuitamente.
As pessoas espontaneamente escreveram poemas, músicas e vídeos dizendo “Obrigado aos pais”, expressando gratidão a seus pais pelo dom da vida.
Barracas de informação foram colocadas em Riga fornecendo materiais sobre o desenvolvimento pré-natal dos bebês e apoio disponível para mulheres grávidas, inclusive moradia, centros de crises e apoio financeiro.
Três conferências sobre os aspectos legais, médicos e espirituais do aborto foram organizadas. Um concerto encerrou a campanha.
A conferência médica reuniu ginecologistas letões e especialistas internacionais na Câmara de Vereadores de Riga para discutir “Tecnologia Napro e fertilidade da mulher”. Os ginecologistas receberam informações sobre planejamento familiar natural.
No dia seguinte, uma conferência sobre “Batalha espiritual em favor da vida” ocorreu na hospedaria da Igreja Luterana Letã.
O Parlamento da Letônia realizou uma conferência oficial sobre o “direito à vida”. A conferência discutiu meios de reduzir o número de abortos e as obrigações do Estado, especialmente por meio da criação de um eficiente sistema de apoio da família, de modo que todos possam “escolher não abortar”.
Um juiz letão no Tribunal Europeu de Justiça, o Ombudsman da Letônia, parlamentares, acadêmicos e juristas participaram da conferência. O Secretário de Estado (representando o Ministro da Justiça), fez referência aos Artigos de San José ao frisar a ausência de qualquer direito humano internacional ao aborto e salientou a necessidade de promover uma cultura aberta à vida.
Fiz uma apresentação sobre a situação do aborto dentro da jurisprudência do Tribunal Europeu de Direitos Humanos, demonstrando que a Convenção Europeia de Direitos Humanos não pode ser interpretada como contendo um “direito ao aborto”, mas os Estados têm uma obrigação de garantir o direito à vida e portanto limitar os abortos e apoiar a vida.
A campanha — amplamente coberta pela televisão nacional e mídia noticiosa — foi organizada por um grupo de 10-12 voluntários de várias organizações que esperam que outros países imitem.
Tradução: Julio Severo
FONTE: http://www.acidigital.com/noticia.php?id=24253