Os textos abaixo mostram-nos claramente a insensatez das ideologias totalitárias e a ingenuidade – muitas vezes culposa, de seus adeptos. Ainda bem que alguns, finalmente, enxergam.
1. Mussolini idolatrado.
Chefe ou Deus?
Um livro para crianças publicado na Itália em 1930, definia assim Mussolini (o Duce, isto é, o Chefe, o Guia):
“Deves saber que o Duce é como o Pai Eterno: manda produzir cinco milhões de toneladas de trigo e é preciso produzir cinco milhões. Manda ter muitos filhos e é preciso ter muitos filhos; manda fazer belas casas para os operários e os patrões devem fazer belas casas para os operários (…) Se não há trabalho, manda que o haja. Estás a ver agora como ele é como o Pai Eterno. Além disso fulmina com o seu olhar aqueles que não lhe obedecem e manda persegui-los porque não gosta de abusos”. (in D. Biondi, Viva el Duce)
2. Nazismo: o testemunho de uma jovem.
Do amor aos pobres à adesão ao partido.
“Ouvíamos os adultos falar constantemente deste ou daquele dos seus amigos que tinha perdido o emprego e não sabia como sustentar a família. (…) Os promotores do Nacional Socialismo prometiam acabar com a falta de trabalho e com a miséria dos seis milhões de desempregados alemães e eu acreditei neles. Acreditei que realizassem a união política do povo alemão e que ultrapassassem as dificuldades resultantes do Tratado de Versalhes (…). ? Em março de 1933, tinha então 17 anos, entrei para a Juventude Hitleriana. Hitler conseguiu comunicar-nos o seu fanatismo (…) e não nos dávamos conta que se ia pouco a pouco apagando a fronteira entre o Bem e o Mal (…). O mais abominável é que não eram gangsters nem brutos, mas homens normais, bem dotados de espírito e alma, aqueles que se puseram ao serviço de um mal sem limites. (Melita Maschman, “A minha juventude ao serviço do nazismo”.
Textos extraídos do livro didático “História 9” de Maria Emilia Diniz, Adérito Tavares, Arlindo M. Caldeira. Editorial o Livro, Lisboa, s.d. p. 117 e 119,
Nota: os destaques em negrito são do site olivereduc.com