ONDE SE ESCONDEM OS PAIS DOS ADOLESCENTES?




Dora Porto

 20/09/2010


 “A natureza reclama desenvolvimento livre. Se não se põe obstáculos, as plantas crescem e florescem rapidamente, e os animais dispendem suas energias pelos bosques e campinas, nas montanhas, selvas e oceanos, enfim o que poderíamos denominar o campo selvagem. Este fato é verdadeiro até certo ponto. Com a arte da jardinagem, podemos fazer que uma macieira dê frutos mais abundantes. Graças à instrução de um treinador de cães, um cachorro pode chegar a ser o mais fiel guardião de uma casa de campo, ou um bom amigo para as crianças. Em outras palavras: uma prudente orientação das forças naturais conduz a que o mundo seja mais belo e habitável. O que vale para as flores ou pássaros, pode-se aplicar com muito mais razão aos homens: um pouco de cuidado produz maravilhas; um esquecimento, descaso, pode ser muito daninho. Mas de nenhuma maneira, a educação se parece com uma domesticação, já que se trata de pessoas livres que estão chamadas a uma Vida eterna de amor e felicidade.Nenhum homem pode alcançar seu próprio destino sem a ajuda e a orientação de outros. Ninguém jamais poderá “fazer-se” por si mesmo. Devemos nossa origem a outros. Para nos realizarmos, temos necessidade de outros”  (Jutta Burgraff).

Esta citação, talvez um pouco longa me fez pensar numa multidão de pais e mães de família, que levados por uma mídia mal orientada, acredita que nada mais pode fazer por seus filhos adolescentes.

Tenho estado com muitos pais de adolescentes, graças ao trabalho com o programa Protege tu Corazón nas escolas e grupos independentes. Os pais estão perdidos, não sabem o que fazer, o que falar, como se aproximar de seus filhos adolescentes.

Por essa razão, muitos “lavam as suas mãos” usando como desculpa que devem “respeitar a liberdade” dos filhos”.

Como vimos no exemplo acima, será que não potencializar as capacidades, e habilidades dos filhos é mesmo respeitar a liberdade?


Os adolescentes, por sua vez, se queixam que não conversam com seus pais. Por que isto acontece? Parece que se criou uma barreira entre pais e filhos adolescentes. Interessante é notar que quando os filhos são pequenos ( até 6, 7 anos) os pais são interessadíssimos e querem de verdade dar uma boa orientação aos filhos.Tenho comprovado isto na prática com muitos casais.

Mas…quando entram na adolescência….esses mesmos pais desaparecem!!!!


Ao que podemos atribuir esse “desaparecimento” dos pais?

Estou convencida que o grande vilão dessa distância que se cria, é que o período da adolescência é o momento onde começam as grandes mudanças internas e externas que lhes apontam para uma realidade: “estou me tornando um homem” ou ” estou me tornando uma mulher”.  Em outras palavras é a fase da vida onde se dão conta da sua sexualidade e como deverão se comportar, viver como homem e mulher em todas as suas dimensões.

Mas, ao mesmo tempo que  a sexualidade é a coisa mais natural do mundo, pois é a vivência pessoal como homem ou mulher em todas as dimensões, os pais têm enorme dificuldade para abordar este tema com os filhos adolescentes. Assim como os filhos, os pais confundem sexualidade com sexo, amor com sexo e parece que falar de sexualidade é descrever com detalhes o ato sexual.

Não! A sexualidade é uma realidade humana! Está relacionada ao amor, à família, à vida! Ser homem e ser mulher, aprender a conhecer as nuances da personalidade do sexo oposto, entender porque fomos feitos sexuados é uma maravilha que não tem porque ser evitada.

Compreendo que os pais se omitam, porque não foram formados para isto, uma vez que também seus pais não se sentiam à vontade para conversar sobre este assunto. Não tiveram sua afetividade educada, nunca conversaram sobre sentimentos, ansiedades, frustrações, angústias…

No contato com os jovens, quando os fazemos descobrir esta maravilha, a reação é emocionante! Os adolescentes e jovens são pessoas maravilhosas, inteligentes, mas muitas vezes estão como os cães selvagens soltos na selva!


Que bom será se pais, escolas e pessoas que estão a cargo de orientar os jovens se dêem conta da sua responsabilidade. O Programa Protege tu Corazón tem feito este papel há 16 anos em mais de 18 países e agora também no Brasil.

Não sem razão afirmava S. João Crisóstomo: “Mais que a um pintor, ou a um escultor, ou ao maior dos artistas eu admiro ao que sabe formar os corações dos jovens”.


Veja mais detalhes do programa

 www.protegetucorazon.com.br

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