ELAINE SANCEAU

 A senhora inglesa que se apaixonou pela história dos Portugueses

Elaine Sanceau nasceu em Craydon (Inglaterra) em 1896 e faleceu em Leça do Balio (Porto, Portugal) a 23 de Dezembro de 1978.

Tendo feito os seus estudos em Montreux, na Suíça, daí partiu na companhia da família para o Brasil, país onde se manteve até 1931.

Foi aí, em Terras de Vera Cruz, que Elaine Sanceau contactou, pela primeira vez, com a História de Portugal e, muito particularmente, com o período quinhentista que desde logo lhe aguçou o interesse e lhe despertou o espírito de investigação.

Fixando residência em Portugal – primeiro no Porto e, mais tarde, em Leça do Balio -, logo se lançou na senda da investigação histórica sobre o período que tanto a atraía.

Em 1939 saía a lume o seu primeiro grande estudo: Indies Adventures. The Amazing Career of Afonso de Albuquerque, que, na tradução portuguesa, tomou o título de Afonso de Albuquerque – O Sonho da Índia.

Foi a Livraria Civilização (Porto, Portugal) a editora desta primeira obra da historiógrafa, cuja carreira meritoriamente viria a acompanhar de início a final, abrindo ao público de língua portuguesa o contacto com os estudos da notável investigadora.

Com O Sonho da Índia, nascia uma escritora que aliava uma extrema dedicação a uma seriedade e honestidade de métodos de trabalho que lhe não permitiam falsear as verdades, nem mesmo para incensar o seu país de escolha: Portugal.

À incansável pena de Elaine Sanceau ficamos a dever nada menos do que trinta e oito vultosos estudos, dos quais vinte e oito sobre o século dezesseis.

Todos os livros de Elaine Sanceau foram, primeiramente, redigidos na sua língua materna, mas os seus excelentes conhecimentos de português falado e escrito tornaram-na uma severa crítica das traduções que as suas obras recebiam dos colaboradores portugueses.

Nunca escreveu uma palavra, ou uma frase, sobre um monarca, um príncipe, um vice-rei, um marinheiro, um mercador, um soldado ou um capitão sem que um prévio e exaustivo trabalho de investigação, de estudo e de análise se realizasse nos arquivos portugueses – especialmente na Torre do Tombo e no Arquivo Histórico Ultramarino – com a ajuda de dedicados paleógrafos que punham o seu saber e conhecimento das letras quinhentistas e seiscentistas ao serviço da escritora.

Deste notável labor resultaram obras que aliam uma extrema simplicidade de linguagem a um rigor histórico que as tornam fontes de informação da maior confiança.

Oficialmente reconhecida como um dos expoentes da historiografia portuguesa, Elaine Sanceau viu os seus méritos galardoados com o “Prémio Camões”, pela obra Em Demanda do Preste João, publicada em 1944, e com as condecorações das Ordens de Santiago de Espada (1953) e do Infante D. Henrique (1961).

Foi também eleita como membro do Instituto de Coimbra, da Academia Internacional da Cultura Portuguesa e do Centro de Estudos Ultramarinos.

Também o Porto lhe patenteou o seu reconhecimento ao conferir-lhe, em 1968, a Medalha de Ouro da Cidade.

Cerca de trinta e sete anos passados sobre o falecimento de Elaine Sanceau, a Torre da História Ibérica associa-se a estas homenagens, começando por evocar, no texto acima, o que sobre a grande historiógrafa disseram os seus editores da Livraria Civilização, em Dezembro de 1979 (na abertura da obra Mulheres Portuguesas no Ultramar).

A homenagem da Torre, extensiva à prestigiosa Livraria Civilização, do Porto, prolonga-se nos breves excertos das obras de Elaine Sanceau que abaixo se podem ler.

https://torredahistoriaiberica.blogspot.com/2015/06/elaine-sanceau-senhora-inglesa-que-se.html

 

Nota do Olivereduc.com: livros de escritora disponíveis para download.

www.leiturascatolicas.com/2009/11/lista-atualizada-dos-livros-disposicao.html

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