Valter de Oliveira
05/01/2012
Na eleição federal de 2010 alguns bispos – com destaque para D. Luiz Gonzaga Bergonzini – da dioceses de Guarulhos – alertaram os eleitores para o risco que corríamos com a eleição de um novo governo do PT. Risco da aprovação de leis abortistas conforme o ideário da cultura da morte.
O alerta foi feito por corajoso trabalho de panfletagem de certo grupo de fiéis abnegados.
Os panfletos incomodaram fortemente a cúpula petista e seus marqueteiros. Na mídia tentaram desmoralizar os valentes prelados. Não sendo suficiente descobriram onde era a gráfica, e de modo arbitrário e totalitário sequestraram o material. Neste ano a justiça ordenou que fosse devolvido.
A candidata Dilma, dizendo-se ofendida, garantiu que tudo era calúnia. Que ela não pretendia mudar a legislação.
Candidamente não reconheceu que aprovar o aborto é questão decidida por seu partido e por outros que a apoiavam nas eleições presidenciais.
A mídia e outros inocentes úteis não destacaram que não era necessário que ela tomasse a iniciativa de nova lei. Esta poderia ser proposta no Congresso por qualquer deputado ou senador da base aliada. Ou até mesmo de nossa pretensa oposição. Ou dos senhores ministros do Supremo Tribunal Federal, tão ávidos em legislar, tão avessos à Carta Magna e, principalmente, tão insensíveis ao conceito de justiça.
Lembremos também que nos meios católicos houve quem saísse pressurosamente em defesa da candidata com amargas críticas aos bispos pró-vida.
A cúpula da CNBB não deixou de desautorizá-los.
Manifesto de bispos, líderes católicos, “intelectuais”, etc. não deixaram por menos.
Após a decisão do Supremo sobre o aborto de fetos anencéfalos o que disseram os “católicos” tão empenhados em defender o PT? Onde estão frei Beto e os bispos da Libertação?
Pediram perdão? Fizeram penitência?
Mas, por que a crítica ao PT (e a seus aliados)?
Simplesmente porque foram Lula e Dilma que escolheram a imensa maioria de nossos ministros do STF. E eles sabiam muito bem o perfil e a ideologia de quem escolheram.
Amplos setores da Mídia também colaboraram. Não só não destacaram que o PT conseguiu dar mais um passo em direção à aprovação ampla do aborto como não mostraram à opinião pública o conúbio do partido de Dilma com o STF. Os dois maiores jornais de São Paulo publicaram manchetes afirmando que o Supremo aprovara o aborto de fetos ‘sem cérebro”. Provavelmente para tentar amenizar a legalização da morte de inocentes.
Em todo esse circo de horrores há método e coerência. A oligarquia brasileira, encastelada em todos os setores da sociedade, incluindo o religioso, é fiel serva da oligarquia internacional que, financiada por multinacionais capitalistas, procura implantar em todo o mundo o ideário da cultura da morte.
É o admirável mundo novo!