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A DESORDEM MORAL E A DESMOTIVAÇÃO NA ESCOLA

 

 

Autor: João Malheiro

 

 

A desordem moral é hoje uma das fontes importantes da desmotivação no ensino/aprendizagem no ambiente escolar. Esta foi uma das principais conclusões tiradas durante a defesa de tese de doutorado que fiz há alguns dias, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Depois de longo estudo teórico sobre a motivação no ensino-aprendizagem, além de outro em paralelo sobre ética e a vivência das virtudes, pude inferir que o desenvolvimento harmônico das virtudes morais é, de fato, fonte de motivação. Que o desenvolvimento equilibrado das potências humanas – inteligência, vontade e afetividade – por meio do crescimento sistemático e seqüencial das virtudes da temperança, fortaleza, justiça e prudência, numa perspectiva aristotélica, gerará uma maturidade ética nos alunos favorecendo-lhes uma motivação correta – a que busca os verdadeiros valores e não os desvalores ou antivalores que muitos jovens buscam sem saber – e uma motivação completa: a que abarca a extrínseca, a intrínseca e a transcendental.

Depois dessa fase de pesquisa teórica, investiguei a ressonância que essa hipótese encontrava nos atores da educação. Num primeiro momento, em um campo de estudo composto pelos alunos de uma escola de preparação de professores do ensino fundamental do Rio de Janeiro, examinei durante um ano e meio se os pesquisados estariam eventualmente dispostos a mudar seu comportamento e a aprender a vivência das virtudes a partir das intervenções éticas dos professores no ambiente escolar. Os resultados foram surpreendentes, demonstrando que os discentes estão desejosos de orientação ética, apesar das dificuldades representadas pela ausência da família e pela a pressão negativa exercida por certos meios de comunicação. Num segundo momento, aprofundando mais em quatro escolas de formação de professores para o ensino fundamental do estado do Rio de Janeiro, por meio de entrevistas a cinqüenta professores, foi constatado que sua grande maioria preocupa-se hoje fortemente em (re)aprender ética desejando em seguida compensar nos alunos a ausência dessa formação que deveriam ter recebido no seio familiar.

Concluiu-se que, para a imensa maioria dos professores, é esta a principal motivação que ainda os sustenta a suportarem tanta desconsideração e pouco reconhecimento social. Por outro lado, ficou evidente que esta motivação transcendental dos professores em ensinar as virtudes está sendo enfraquecida pelos inúmeros fatores geradores de desmotivação extrínseca – baixos salários, pouco reconhecimento social e ausência consistente de plano de carreira – e de desmotivação intrínseca (falta de tempo e interesse em atualizar-se profissionalmente) a que estão submetidos.

Já se pode prever, num futuro não tão longínquo, um autêntico “caos educacional” caso não surjam medidas que favoreçam melhores salários e um maior reconhecimento social desta classe, pois, com o tempo, cada vez mais deixarão de existir professores dispostos a um verdadeiro martírio que sofrem hoje nas escolas. Ou então, um caos que existirá porque o sistema educacional só conseguirá atrair aqueles que não têm as mínimas condições para exercer uma profissão que exija maior capacidade.


João Malheiro é doutor em Educação pela UFRJ. joao@malheiro.bol.com.br

O QUE ACONTECEU NO VESTIBULAR DA FUVEST / 2009, AFINAL?

Autor: Sueli  Caramello Uliano


(Caro leitor, volto ao assunto do artigo “Os bônus exorbitantes no vestibular da FUVEST”, agora com mais dados)

 

Concluídos os vestibulares da FUVEST de 2009, e tendo em conta as poucas informações que foram veiculadas na mídia, os envolvidos no processo têm algumas perguntas que não querem calar. Por que tantos alunos bem preparados não conseguiram entrar na USP, apesar de seu bom desempenho? Se os jornais não cessam de denunciar o baixo aproveitamento dos alunos da escola pública, como esses mesmos alunos entraram na USP, compondo 30% dos convocados nos vestibulares da FUVEST? E na Faculdade de Medicina da USP, frise-se, foram 37,7% os aprovados! Dos 175 chamados, 66 foram agraciados com bônus de até 10%.

 

Não há dados disponíveis no site da FUVEST. Neste ano, sequer a classificação geral dos alunos foi pública. Acontece, no entanto, que estamos em tempos de Internet e seus sites de relacionamento, e isso no mínimo possibilita uma pesquisa, ainda que os dados continuem sonegados ao grande público. No ORKUT há uma comunidade chamada Vestibulandos de Medicina, que eu recomendo a todos os que se interessam pelo tema e podem intervir no processo. Refiro-me realmente às autoridades que buscam soluções para a tal “inclusão social” e querem honestamente saber as consequências das medidas implantadas. Ali há desabafos sofridos, análises muito reais de quem foi prejudicado e argumentos de alguns beneficiados, mas o que me parece mais importante na comunidade é a declaração das notas promovida pelos membros. Em face da descabida sonegação de dados da FUVEST, temos aqui a possibilidade de averiguar o que significam os percentuais de bônus adotados. Penso que até a própria USP, seus professores e alunos, não sabem o que está acontecendo nos bastidores do seu vestibular.

 

Ninguém tem muita paciência para ler manuais de vestibulares, principalmente quando entram nos meandros dos cálculos das notas. Não é fácil! Mas na atual conjuntura tornou-se exigência indispensável. Leiam o manual da FUVEST – é possível acessá-lo no site da instituição – e observem. Ao final do cálculo apresentado como modelo mencionam-se os bônus, mas não se apresenta o resultado do cálculo apresentado acrescido de bônus, o que daria uma visão comparativa. Para completar, remete-se o leitor à página 38, caso tenha dúvidas. É importante que o leitor vá à página 38 e veja o esforço descomunal que a USP está fazendo para beneficiar o aluno oriundo das escolas públicas, embora em nenhum momento se faça uma análise séria de quem é esse aluno, nem se apresentem dados que justifiquem o tamanho dos bônus adotados. Tudo é muito obscuro. Daí, vamos ao site dos Vestibulandos de Medicina e vemos a análise que os próprios alunos fazem, com muita seriedade. Copio alguns trechos:

 

Felipe (respondendo para Maria)

 

falar que nao ralamos o suficiente, me desculpa, eh hipocrisia.......o cara la em cima que tava com 78 (um ponto acima do corte) pulou pra 85(cara me desculpa t pegar como exemplo).....aumento de SETE pontos na fuvest.....isso é mta coisa msm ainda mais pra med-70% de uma materia como bio.



Entao me digam.....imagine 3 pessoas ....uma sem bonus q tirou 78 outra com q tiro a msm nota com bonus e outra q tirou 85 sem nda(mais uma vez me perdoe por t pegar como exemplo)......é certo pegar uma q esta no 'nivel' de 78 e eleva-la pra 85 so pq fez escola publica???é uma falta d respeito nao so com cara q ralo mtooooooo pros 85 mas tb com o que ralo pros 78....



esse exemplo de pessoa q fez 78 nao é nenhum coitadinho, mto pelo contrario passaria em QUALQUER curso da USP.....esse msm cara com mais um ano d cursinho tiraria essa diferenca,pq tem total capacidade d aumentar pros 84,85 e passar na facu sem prejudicar ngm....isso sim eh igualdade entre as pessoas....querer diminuir a desigualdade criando outra......pra mim isso é mto claro...NAO DEVEMOS FICAR QUETOS e deixa q isso continue prejudicando pessoas q ralaram mtoooo,inclusive q estao postando aqui ficar fora d facu e deixar essa situacao continuar.é o q eu acho

 

Outro exemplo:

 

Gabriel, comentando:

 

bom...eu passei em ribeirão, fiquei em 240....SEM bônus!!!
pelos cálculos, se eu tivese bonus, ficaria entre os 80, 90 primeiros.... (ele está enganado; com apenas 7% de bônus teria ultrapassado o 1º colocado na Pinheiros, que fez 925. Já que os bônus chegaram a 10%, ele estaria bem acima do 1º)


portanto, o pessoal que não tem essa ajuda tem que se esforçar mto mesmo pra tirar a diferença na prova...

 

e aqui tem mta gente hipócrita, falando que esse bonus é pra compensar o deficiente ensino público e bla bla bla....vai pro inferno!


todos os caras que eu conheço que passaram com bonus estudaram em colégio técnico, moram bem, comem bem, viajam e pagaram cursinho!!! então não vem falar merda.... pq eu duvido que haja um cara pobre de verdade, sem grana pra cursinho, que estudou por conta e que entrou em med na usp!!! nesse caso, esse sujeito dificilmente chega nos 60 pontos....vamo ser realistas



e tem mta gente (no meu caso) que os pais ralaram pra c****** pra bancar uma escola particular mediana, e depois teve que passar uns bons anos arregaçando no cursinho...



enfim...depois aparecem uns palhaços reclamando sobre a impregnação de uma mentalidade individualista...

 

Felipe (respondendo ao Gabriel)


voce falou tdo cara.....é beeem isso msm cara conheco mta gente q fez federal e um ano d cursinho q ta passando com notas altissimas na fuvest e pior tem condicoes melhores do q eu......é hipocrisia msm falar que isso corrige a desigualdade na sociedade....corrige nada!!!!nao vem um cara laaaa da favela presta med la na usp....mtoo dificil ,vcs sabem isso seja pela crenca que nunca vai passar na usp(ainda mais em med) seja por nao querer estudar e ir trabalhar....outra nao é funcao do ensino superior mto menos da fuvest diminuir a desigualdade social no pais....é funcao do governo,ele q tem q agir e investir pesado em educacao em todos os niveis....


cotas nao vao na raiz do problema atacando a desigualdade que esta nas pessoas de baixa renda....so favorece uma minoria de pessoas que tem condicao finaceira boa e q fizeram etes , federal ow aqueles que fizeram escola publica e estao no 2,3,4 ano de cursinho e ja tiraram essa diferenca de escola particular

 

 

São muitas páginas de discussão e em várias postagens os vestibulandos declaram as suas notas e a sua classificação. Também é possível saber as notas de alguns alunos que receberam bônus e compará-las com as de outros que não tiveram essa felicidade. Por exemplo: o aluno X (a quem agradeço a simplicidade de ter divulgado as suas notas, mas certamente ele nem desconfiava, naquele momento, do tamanho do benefício que recebera) fez 74 pontos na 1ª fase e com bônus foi para 81,31, ou seja 82, sendo que a nota de corte foi 77. Recebeu esse mesmo bônus na segunda fase. Sem bônus, não teria ido para a 2ª fase, mas calculando sobre os 74, sua nota final seria 825,1. Pulou para 900,5 e ele ficou em 57º na Medicina Pinheiros. Já o aluno Y fez 78 pontos na 1ª fase e alcançou, como nota final, 837,5. Sua classificação final foi 580º. Sem bônus, ficou por aí mesmo.(Detalhe: se não existissem os bônus, provavelmente a nota de corte não ultrapassaria os 74 pontos e tanto o aluno X como outros que fizeram 74, 75 e 76 teriam ido para a 2ª fase, por mérito apenas).

 

Talvez seja oportuno esclarecer que a nota de corte reduz a concorrência a três candidatos por vaga. São oferecidas 375 vagas para a carreira de Medicina, distribuídas em 175 vagas para a Faculdade de Medicina da USP, conhecida como Medicina Pinheiros, 100 vagas para a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP e mais 100 vagas para a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo. Essa ordem, inclusive, é a que predomina na opção dos candidatos, com alguma variação entre candidatos do interior que optam em primeiro lugar por Ribeirão Preto. Em 2009, foram convocados 1.259 candidatos, na proporção de 3,36 por vaga, na carreira de Medicina, fixando-se o corte em 77 pontos, calculados pela soma dos acertos das questões, acrescidos de pontos conforme a nota do ENEM, que é benefício que todos podem ter, além de bônus exclusivos para os alunos que fizeram o ensino médio em escola pública. Na prática, um aluno oriundo de escola pública precisou de 70 ou 71 pontos para, com bônus, chegar aos 77. Isso provocou um forte aumento na nota de corte, que deixou de refletir o aproveitamento real dos candidatos.

 

Outra informação relevante no ORKUT é que o 198º obteve nota final 872,4 e foi chamado para a Medicina Pinheiros, que convocou em torno de 200 alunos na 1ª chamada, para preencher as suas 175 vagas. Ora, a nota mais baixa declarada no ORKUT foi a do candidato classificado em 875º. Sua nota foi 814,7. Portanto 57,7 pontos abaixo do 198º, ou seja, 7,1%. Ora, no caso do candidato X, que vimos acima e é real, o bônus foi de 9%, o que nos permite inferir que um aluno com bônus que tenha obtido 800 pontos por mérito seria convocado para a Medicina Pinheiros com 872 pontos.

 

Os dados que o ORKUT oferece são os seguintes: para 820,3 pontos a classificação foi 796º; para 814,7 a classificação já é 875º. Portanto, para uma diferença de 5,6 pontos, a queda na classificação pode chegar a 79 posições. Conclui-se que com 800 pontos o candidato estaria depois do milésimo classificado, em torno do 1082º, mas com 9% de bônus fez 872 pontos e foi convocado para a Medicina Pinheiros. Note-se que, de acordo com o manual da FUVEST, os bônus podem chegar a 12%... Daí se conclui que um candidato à carreira de Medicina que tenha feito o ensino médio em escola pública e, já generosamente auxiliado por bônus, tenha ido para a 2ª fase da FUVEST, praticamente terá a sua vaga garantida na FMUSP, entre os 200 primeiros convocados. Daí passa a ser piada o fato de constar no manual da FUVEST que nada menos do que 10 professores corrigem cada prova.

 

Realmente a questão tornou-se ardilosa. Por que 12%? De onde as autoridades tiraram esse número? Será que tinham conhecimento da dimensão desse percentual no contexto das notas da FUVEST? E a FUVEST, que detém os dados, por que não os divulga? Por que temos de garimpar as informações? Isso é sonegar informação, é boicote. É conduta própria de governos ditatoriais. Será que a reitora, Prof.ª Dr.ª Suely Vilela conhece esses detalhes? E a Prof.ª Dr.ª Selma Garrido Pimenta sabe o que está acontecendo? Não acredito! Porque, se elas sabem o que está acontecendo e consideram que o único que importa é que os Anais da História registrem que na atual gestão o número de candidatos oriundos de escolas públicas ingressantes na USP cresceu miraculosamente, então vamos muito mal. Não hesitarão em promover o aumento desse bônus sem qualquer base objetiva e sem se incomodar com o processo de exclusão que instituíram para aqueles que cometeram o pecado de pagar escola para os seus filhos, sabe Deus a que preço.

 

Desculpem a franqueza, mas chega a ser cômico, se não fosse a tragédia da vida de muitos jovens. Se os 3% de bônus, concedidos desde 2006, não puseram na USP tantos alunos de escolas públicas como se pretendia, então vamos multiplicar essa ajudinha por 4. Foi essa a decisão de gabinete acertada para fazer justiça social... Tenho de copiar a frase de um vestibulando do ORKUT: “isso é pagar promessa com o joelho alheio”. Aumentar as vagas? Isso não! Sai caro e não se faz necessário; basta tirar de uns e dar a outros, etiquetando a manobra adequadamente.

 

Os responsáveis por essa caricatura de seleção em que se transformou o vestibular da FUVEST parecem desconhecer que ser aluno de escola pública não é sinônimo de pobreza e nem de despreparo, e, principalmente, ter estudado numa escola particular não é sinônimo de fartura. Na comunidade do ORKUT que mencionei acima muitos se dizem oriundos de escolas particulares de pequenas cidades, com mensalidades bastante modestas. E outros citam colégios militares e centros de formação associados a universidades que são modelo de boas escolas públicas. Veja-se a classificação das Escolas Técnicas no ENEM. Aliás, no jornal O Estado de São Paulo, matérias dos dias 04 e 05/3 trazem nas entrelinhas uma informação curiosa. Ao afirmarem, considerando apenas as primeiras listas em todas as carreiras, que apenas 12,2% dos alunos que ingressaram na USP estão entre os mais pobres, mas foram 29,2% os que vieram de escola pública no mesmo vestibular e foram favorecidos pelos bônus, permitem concluir que estão sendo beneficiados por bônus 17% que não são pobres. Será que alguém considera esse dado irrelevante? 56% dos candidatos que receberam pontos e saltaram à frente de seus iguais não justificam a política de inclusão social que os favoreceu. Isso é irrelevante?

 

Houve também reportagens nos jornais que mencionaram a grande conquista dos vestibulares da FUVEST em 2009: nenhum aluno do Colégio Bandeirantes, Móbile ou Vértice entrou direto na Medicina Pinheiros. Sei que do Colégio Agostiniano Mendel entrou um. A notícia tem um indisfarçável ranço ideológico, como se isso significasse que a USP já não pertence aos ricos. Fica implícito que bastava estar matriculado em algum desses grandes colégios para ser dono da USP. Isso não é verdade. Esses jovens não são apenas alunos do Bandeirantes, Móbile, Vértice ou Mendel, mas são antes de tudo excelentes alunos. E não receberam os seus conhecimentos por osmose, mas com muita dedicação e disciplina. Derrubar esses alunos à custa de dar nota a outros que, supõe-se, estariam excluídos é simplesmente ridículo.

 

Ora, a USP não é uma entidade abstrata que é o que é, porque é. Ela é o que os seus alunos são. Os alunos dos grandes colégios de São Paulo, com outros de escolas menores e muitos que vieram de boas escolas públicas, e principalmente porque eram todos eles excelentes alunos, deram à FMUSP o renome que tem hoje, mas são apontados como os que se apoderaram da rapadura indevidamente, ao longo de décadas. E para que esse processo considerado usurpador não se perpetue, os donos do poder criaram, sem qualquer base objetiva, um artifício que possibilita convocar os últimos classificados e desprezar o 220º, na sua primeira opção, sob pretexto genérico de fazer inclusão social. Nem se perguntaram a quem estariam incluindo e a quem estariam excluindo, determinados a usar uma frase de efeito: a USP agora é de todos. Será? Deveriam perguntar-se e averiguar de fato a quem estão entregando a USP com esse sistema simplista e verdadeiramente usurpador.

 

Continuo analisando a situação da Medicina Pinheiros, que é emblemática, e porque foram os dados que encontrei, publicados pela galera. Conversei com uma professora de Português de um dos grandes cursinhos de São Paulo. Disse-me que hoje o normal é fazer três ou quatro anos de cursinho para entrar em Medicina, numa universidade pública. E completou: tenho alunos que estão no quinto ano de cursinho! Pergunto: alguém que pode pagar uma faculdade se submeteria a isso? Ocorre que a Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo tem hoje uma mensalidade de R$ 2.972,00. A UNILUS, em Santos, está em R$ 3.153,00. A Faculdade de Medicina de Jundiaí em R$ 3.056,00 por mês. A PUCCAMP bate nos R$ 3.400,00. E a Faculdade de Medicina ABC, porque tem o apoio da Fundação ABC, é a mais acessível, nas proximidades de São Paulo: R$ 2.580,00. E outras mais caras. Façam as contas! Não é para qualquer um que estudou o ensino médio em escola particular, não é mesmo?

 

E, no entanto, ninguém reage! Por quê? Porque poucos têm noção do que está realmente acontecendo. Simplesmente não há dados publicados e, em nome de uma privacidade mal entendida, tudo é secreto no site da FUVEST. Os candidatos não conseguem saber qual a classificação do último chamado e nem quem seria o próximo da lista. Ele só conhece a sua própria classificação se digitar CPF e senha. Isso em todas as carreiras. Numa instituição pública isso é inaceitável. Todas as notas deveriam estar publicadas e acessíveis a todos, para o efetivo controle pelos interessados. O desempenho, com as notas em cada fase, com bônus e sem bônus, a nota final e a classificação, com bônus e sem bônus, deveriam estar disponíveis a quem simplesmente digitasse o nome do candidato numa barra. Faz parte do jogo democrático: o público tem o direito de acompanhar e fiscalizar as listas, principalmente neste caso, onde o mérito foi preterido diante de critério duvidoso, que trata iguais de modo desigual.

 

Não resta dúvida de que tudo o que foi aqui exposto com base nas notas da carreira de Medicina aplica-se também a Arquitetura e Urbanismo, Direito, Engenharia, Jornalismo, Publicidade e Propaganda, Design, Relações Internacionais e etc. Não teria por que ser diferente.

 

Com a palavra, a FUVEST, que, espero, não esteja amordaçada pela Pró-Reitoria de Graduação da Universidade de São Paulo.

Sueli Caramello Uliano – 21/04/2009

OS BÔNUS EXORBITANTES NO VESTIBULAR DA FUVEST: INCLUSÃO OU EXCLUSÃO?


Autor: Sueli Caramello Uliano 



A Universidade de São Paulo vem adotando desde 2006 um sistema de bonificação nas provas da FUVEST que, dizem, visa à inclusão social. De 2006 a 2008, os candidatos que cursaram todo o Ensino Médio em escola pública receberam um acréscimo de 3% em suas pontuações tanto na 1ª quanto na 2ª fase do vestibular, como bônus. Quem estudou em escola particular não tem direito a esse bônus. Em 2009, através de uma prova aplicada aos alunos do 3º ano do Ensino Médio público, o bônus chegou a até 12%. 



A FUVEST não publica dados que permitam à sociedade saber quem foram os beneficiados, por isso dediquei-me à pesquisa por fora, garimpei informações. Escolhi o curso de Medicina, por várias razões, e investiguei os convocados. Estava chegando à assombrosa marca de 30% de aprovados com bônus quando minha filha me socorreu: na palestra de abertura da Faculdade de Medicina, informaram que foram 66 os beneficiados com bônus que entraram na Medicina Pinheiros, portanto 37% dos aprovados. E que em alguns casos o bônus passou de 10%. 



Na edição 2100 da revista VEJA-São Paulo (18 de fevereiro de 2009), informa-se que o primeiro classificado na Medicina obteve 925 pontos dos 1000 possíveis e que, se lhe atribuíssem os 9% a que teria direito por ter feito o Ensino Médio em escola pública, o seu aproveitamento passaria de 100%. É uma informação relevante. Não quero questionar o mérito do João Francisco Ferreira de Souza, se o bônus foi computado na 1ª fase ou não, se merece o 1º lugar ou não. O que eu fiz foi virar o tabuleiro e encarar o jogo pelo lado contrário. Segundo informação do Curso Anglo, a nota mínima para entrar na Medicina Pinheiros foi 850. Penso que foi mais, pois sei que o candidato que ficou em 172º lugar alcançou 875 pontos (sem bônus!) e a Medicina Pinheiros convocou, na primeira chamada, até o 203º classificado para preencher as suas 175 vagas. Consideremos, no entanto, como válida, a informação dos 850 e apliquemos 9% de bônus. Teremos como resultado 926,5. Ou seja, o bônus representa mais do que a diferença entre o primeiro e o último classificado, o que já explicita a sua exorbitância. Calculemos agora qual seria a nota mínima para um aluno com 9% de bônus alcançar os sonhados 850. Bastariam 780. Para os não agraciados, 845 pontos não foram suficientes. 



Ora, conheço o candidato que ficou em 612º. Fez 835,3 pontos. (Não tem qualquer chance de ser convocado. E também não tem condições financeiras para pagar uma faculdade de medicina. Mas isso não importa, pois ele estudou em escola particular, o que na USP de hoje é um estigma). Se o candidato com 835,3 já se classifica em 612º, em que posição se classifica o candidato com 780? Mesmo tendo em conta que o 612º foi alijado para essa posição por inúmeros beneficiados que lhe tomaram a frente, é de se supor que quem alcançou 780 pontos sem bônus ficou lá pela 1000ª colocação. E quem fez 780 pontos com bônus entrou na Pinheiros. Portanto, o curioso nesse processo não é que o primeiro classificado, com seu bônus, passe de 1000 pontos, mas que o milésimo da lista, ou perto disso, tenha sido guindado para os primeiros 200. E ainda é preciso ter em conta que alguns nem teriam ido para a 2ª fase, não fosse o bônus. Seria interessante e saudável para a democracia que a FUVEST publicasse uma lista de classificação sem bônus e outra com bônus para cotejá-las. E também as notas de corte sem bônus. Tenho certeza de que o resultado será muito significativo. 



Também quero me estender na análise da já citada nota de corte que seleciona 3 candidatos por vaga para a 2ª fase. Atenho-me aos dados da Medicina que, todos sabem, é o top em nota de corte. Para os não beneficiados a nota de corte foi 77. Para os beneficiados, bastariam 71. Ora, o número de alunos por faixa de acerto forma uma pirâmide. Foram tantos os alunos que subiram com 71, 72, 73, 74, 75, 76 para 77, 78, 79 etc, que a nota subiu absurdamente para os que não eram beneficiados por bônus. Alguém pode imaginar a decepção de não ir para a 2ª fase da FUVEST, depois de ralar muito no cursinho? Eu tive de acalmar a minha filha, usando os argumentos que aqui exponho: com bônus, ela teria feito 80, mas por seu próprio mérito atingiu 74 e foi cortada, bem como os seus colegas que obtiveram 75 ou 76. Mas como replicar ao argumento: eles estão lá fazendo cursinho há anos!? O clima ficou muito ruim, com uns festejando e outros amargando o corte. O cursinho ETAPA, antes mesmo da divulgação oficial das notas de corte, até inventou uma história de que o bônus seria atribuído depois, que seriam convocados mais do que 3 por vaga. Balela. E minha filha agora se prepara para mais um ano de cursinho. Confesso que me corta o coração vê-la programar-se, renunciar a tudo o que não seja estudo, para ao final, competir num processo desleal, que beira a imoralidade. 



Talvez os responsáveis por esse critério de seleção já sejam conhecedores dessas circunstâncias e talvez até as aprovem, considerando que a USP, ao optar por essa receita, está sendo justa com os menos favorecidos. Critério simplista: fica implícito que estudar em escola particular é condição social privilegiada. Será que as autoridades acreditam mesmo que esses candidatos beneficiados por bônus são oriundos de escolas públicas e, em decorrência, pobres? Oficialmente eles têm um certificado de Ensino Médio de escola pública, mas o conhecimento foi adquirido em anos de cursinho pré-vestibular feitos paralelamente. E pagos. Desde que a USP instituiu os 3% de bônus, a conduta de muitos alunos tem sido essa: matricular-se na escola pública e fazer cursinho desde o 1º ou 2º ano. Portanto, não trabalham. Esses desfavorecidos são, na verdade, muito espertos. Como o critério adotado tem graves brechas, basta utilizá-las. Há exceções? Sempre as há, mas pelo que se vê nos cursinhos, são poucas. Ora, cursar o Ensino Médio em escola pública não é prova de carência, assim como fazê-lo em escola particular não é prova de abundância. Como diz enfaticamente revoltada a minha empregada: Tem gente que nem come direito para pagar escola pros filhos, porque a escola pública não presta, não presta, não presta. E como efeito colateral, temos os vestibulinhos disputados como nunca. Quem fica com as vagas? 



Algumas pessoas costumam argumentar, tranquilizando-se, que isso não vai dar certo porque esses alunos não vão acompanhar o curso. E as autoridades esgrimem estatísticas dizendo que acompanham sim. É claro que acompanham! Eles têm anos de cursinho nas costas, sabem muita química, biologia, física, matemática, que são as matérias específicas (sempre lembrando que elegemos Medicina para analisar). Costuma faltar geografia, história, atualidades, redação, nada que 9% ou 10% de bônus não resolvam. Sem bônus, eles teriam de superar essas barreiras, que sobram apenas para os não beneficiados. Além disso, cabe perguntar a essas autoridades: se eles estão preparados, por que precisam de bônus? 



A USP tem-se vangloriado de adotar um sistema de inclusão que, pelo menos, não é um critério racial como acontece nas Federais. Não sei as outras, mas a UNIFESP tem a seu favor uma certa transparência. Criou 10% de vagas para cotistas e publica os seus nomes e classificação. Isso me permitiu saber que no ano passado o último convocado por cotas, o 17º, obteve nota 74,2. Conheço um rapaz que alcançou 74,406 e ficou em 1722º, o que me permite inferir que o último cotista de 2008 na UNIFESP foi classificado perto de 1800º no sistema universal. Claro que esta última parte eles também não publicam. Já a FUVEST dilui os beneficiados entre os outros, de modo que ninguém imagina que na Medicina Pinheiros cheguem a 37%. (E a classificação do último, qual seria, considerando que muitos candidatos já foram para a 2ª fase guindados por bônus?) As escolas particulares não reagem, embora vejam o seu número de aprovados diminuir, porque, como vimos, a FUVEST não permite que esses resultados fiquem claros para o grande público. Tenho certeza de que, mantido esse processo, os pseudo-oriundos de escolas públicas, na Medicina Pinheiros, serão quase a totalidade. Isso não é inclusão, mas exclusão. Os alunos de classe média que cometeram o pecado de pagar escola - além de financiar com impostos as públicas - ver-se-ão obrigados a fazer muitos anos de cursinho ou desistir da carreira. Afinal, pagar um colégio é muito diferente de pagar uma faculdade de medicina. E de passagem aproveito para questionar: o que faz a Santa Casa, com uma mensalidade de R$ 2.972,00 nesse pacote? Quem queria Santa Casa, necessariamente menos concorrida (vide preço), enfrentou o mesmo sistema desleal e pode até ter sido cortado na 1ª fase. Ninguém pensou nisso? 



Conversei, nesta semana, com o dono de um Cursinho de São Paulo e ele me disse que está indignado vendo os seus alunos submetidos a dois pesos e duas medidas. Enquanto eram 3%, embora isso não fosse realmente pouco - era possível relevar, mas agora ficou escandaloso. Penso que os cursinhos estão numa situação confortável, pois recebem tanto os alunos das escolas particulares como os das públicas. Agora, o leitor imagine o clima entre os alunos. O conflito já está instalado, e os jovens, que têm um senso de justiça e de lealdade muito apurado, estão sofrendo com isso. Muitos dos beneficiados se dizem humilhados. E, daqui para a frente, quem entrar na USP será questionado: com bônus, ou sem bônus? 



É inacreditável que a Universidade de São Paulo, considerada entre as 100 melhores do mundo, cujo vestibular é o mais concorrido do Brasil, se submeta a essa manipulação, por conta de uma política de classes, tão discriminatória quanto a racial. Espero que os responsáveis revejam os critérios e minimizem o bônus. Talvez atribuir o benefício apenas na 2ª fase fosse menos excludente. Exigir escola pública desde o Fundamental evitaria a manipulação do Ensino Médio. Mas, mantidos bônus de até 12%, é fundamental definir uma cota máxima de alunos beneficiados, por exemplo, até 10% das vagas, para evitar essa escandalosa inversão de classificações: entram os últimos e excluem-se muitos bons alunos que ali chegaram por mérito próprio. 



Torço para que os responsáveis encontrem uma saída justa para a crise que se está instalando e vai ganhar corpo ao longo deste ano. Outra atitude, depois de tudo o que aqui foi exposto, é coisa de avestruz. 



Sueli Caramello Uliano - 23/02/09 

ADENDO: Respondeu-me o Excelentíssimo Prof.. Dr. Milton de Arruda Martins, dizendo: se algumas pessoas que não entrariam na universidade passam a entrar e as vagas não aumentaram, outras deixam de entrar, é uma questão de aritmética básica! Primeiro, eu gostaria de dizer que o desempenho desses jovens não pode ser tratado apenas como uma questão aritmética. Mas o que mais me incomoda na resposta do doutor é que ele considere que esses beneficiados são pessoas que “não entrariam e que passaram a entrar”. Eles entrariam, sim. Talvez com mais um ou dois anos de cursinho, como costuma acontecer com todos, pelos motivos que apontei acima e porque na USP sempre entram os mais preparados (ou entravam). Os que de fato não entrariam continuarão não entrando, embora as autoridades se consolem com o artifício que criaram e que produz falsos dados de inclusão social, para a mídia divulgar. 



Sueli Caramello Uliano, mãe de familia, pedagoga, Mestra em Letras pela Universidade de São Paulo, Presidente do Conselho da ONG Família Viva, Colunista do Portal da Família e consultora para assuntos de adolescência e educação. 



É autora do livro Por um Novo Feminismo pela QUADRANTE, Sociedade de Publicações Culturais. 



e-mail: scaramellu@terra.com.br 

Publicado no Portal da Família em 01/03/2009 

MISSÃO DA ESCOLA E VALORES

 

 


Autor: Paulo Sertek


 


Dolorosos são os aspectos retratados no documentário: “Pro dia nascer feliz” do diretor João Jardim, editado pala Globo Vídeo. Revela os diversos sintomas da doença crônica que padece a educação no Brasil. Como resultado da sua apresentação e discussões com grupos de professores, diretores de escolas e pesquisadores, convergiram na identificação das causas como sendo a crise de identidade da escola e a ausência da família. No Projeto Político Pedagógico (PPP) ainda que se definam aspectos da educação em valores ético-sociais, são ineficazes em comprometer a direção da escola, os professores, as famílias e os alunos em compartilhar e promover os valores básicos da convivência social, como são o respeito e a responsabilidade. Este estado de coisas é agravado pela legislação permissiva do ensino público que permite ao professor excessivas faltas e a sua desmotivação.


Há escolas empenhadas em estabelecer no seu PPP as bases para a educação dos valores morais. Para isto é necessário definir a missão como a contribuição que a escola faz às famílias, aos alunos e à sociedade. Essa missão deve caracterizar a identidade do centro educativo, no entanto fica no papel, pois precisa ser compartilhada entre todos os afetados pela vida da escola: diretores, professores, colaboradores em geral, famílias, alunos e outros grupos de interesse comunitário. Este envolvimento é crucial para dar vida a uma missão escolar e exige que em cada nível haja comprometimento, inclusão e participação das missões compartilhadas para alavancar a missão geral da instituição

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missão do órgão educativo define o porquê da sua existência, dá sentido e significado a todas as suas ações. Uma missão sem objetivos mensuráveis torna-se uma missão morta e os objetivos mensuráveis sem missão compartilhada são cegos. Os valores são os que definem como será atingida a missão escolar. Os valores representam a bússola que orienta a tomada de decisão em todos os níveis e por isso é necessário um forte compartilhamento especialmente entre direção, professorado e famílias.


Alguns valores educativos se referem às características técnicas da aprendizagem e outros se referem aos valores morais a serem desenvolvidos no processo de ensino-aprendizagem.


 As virtudes morais constituem o núcleo dos valores comportamentais que constroem a cultura da instituição.


Educar de acordo com valores requer um trabalho de alinhamento entre os ideais previstos no PPP com as práticas administrativas e pedagógicas em todos os níveis da ação escolar. A limpeza, os objetos, a arrumação são elementos de um projeto que refletem uma intencionalidade educativa. A cultura escolar revela-se externamente pelo cuidado material, pelo clima de amizade, pela cooperação entre professores e pelo interesse da direção sobre o andamento de todos e cada um dos seus professores e alunos. É o fruto de um forte compromisso com a vivência dos valores éticosde cada um dos dirigentes e professores.


A missão e valores compartilhados requerem o comprometimento entre escola e família com a mesma harmonia do movimento dos remos de uma embarcação. Esta é a chave do resultado educativo conseguido por escolas com poucos recursos materiais que o suprem pelo comprometimento das pessoas. As missões compartilhadas necessitam de pessoas responsáveis em cada nível institucional para a sua execução e promoção do envolvimento geral

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Promover a virtude constitui o significado da educação, porquanto as qualidades humanas mais básicas são responsáveis em tornar melhor o ser humano. As virtudes são os hábitos dirigidos ao bem viver, como são as virtudes clássicas da prudência: reitora do modo de decidir, da justiça: saber dar a cada o que é devido, da moderação: agir com autocontrole e a fortaleza: capacidade de empreender e resistir pelo bem. Estas virtudes podem permear a cultura do centro educativo tornando-se a alma da instituição.


O que é apresentado no documentário propicia uma reflexão sobre a construção do PPP e o cuidado em definir a missão como contribuição do centro educativo a todos e a cada um dos afetados pela sua atividade. A missão necessita de valores orientadores para sua consecução e ao mesmo tempo devem ser compartilhados entre todos. O resgate do valor da virtude pode ser um meio ótimo para ensinar a praticar o respeito e a responsabilidade em nossas escolas. A cultura reitora do desenvolvimento das virtudes pode ser o caminho para promover o bem comum e diminuir os impactos da violência na vida escolar.


De perene validade é o conselho de Jorge Lacerda: “Corre-nos, por conseguinte o grave dever, neste momento de suscitar a reabilitação dos valores do espírito e propagá-los mais amplamente no seio da sociedade.”

 

      Fonte: www.sertekpaulo.blogspot.com


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